terça-feira, 11 de abril de 2017

Fomos ao espaço

Aproveitando o domingo soalheiro, cumpri a promessa e lá fomos ao Planetário, a sessão não foi das melhores para crianças mas macaquito está convencido que foi ao espaço numa nave e só não gostou de não podermos sair da nave e pisar um qualquer planeta, erro meu que assenti quando me perguntou se poderíamos aterrar em Saturno mesmo antes de entrarmos na sala. Antes do regresso a casa, passeámos um pouco, atravessámos o túnel que nos levou do  Mosteiro dos Jerónimos ao Padrão dos Descobrimentos, tudo tranquilo apesar da multidão que atravessava ao mesmo tempo que nós, um som de acordeão ao fundo mistura-se com a confusão de vozes. Tirámos umas fotografias e sentámo-nos um pouco a descansar enquanto os miúdos exploravam.
-Mãe, o que quer dizer este sinal? - diz-nos macaquito do lado oposto ao nosso assento.
-Quer dizer que é proibido sentar aqui. Arrrrrr...  - levantámos num ápice e a rir. Todos... os adultos!
De volta ao túnel, apenas meia dúzia de pessoas e o homem sentado no chão arruma o acordeão. Macaquito repara e claro, vai ter com ele, ainda tento agarrá-lo mas sem hipótese, toda a gente debanda e eu fico ali, a olhar para macaquito.
-Olá senhor, o senhor toca muito bem, pode tocar para mim? - eu faço sinal que não, que não é necessário mas macaquito insiste e o senhor nem me dá hipótese e apronta-se em segundos. Macaquito dança sozinho e bate palmas e eu, lentamente abro a carteira e entrego dinheiro a macaquito que feliz lá vai dar ao senhor que lhe agradece também com um sorriso. Separado de nós por uma genuína ingenuidade, entrega uma moeda como se de uma fortuna se tratasse, talvez o seja, lá para o fim do dia, se todos os que por ali passassem o olhassem com os olhos do meu homenzito, abertos a todas as notas até aquelas fora de tom e ignorando as razões, mais ou menos válidas, que confinam o dia daquele homem a um metro de chão.
Não tivesse sido ele, também eu teria passado indiferente.

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